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terça-feira, 15 de outubro de 2013

DISTÚRBIOS INSPIRADOS NA LITERATURA

Aqui está uma breve lista de distúrbios fascinantes (e horríveis) nomeados a partir de alguns dos mais interessantes personagens da literatura:
1 – Síndrome de Dorian Gray
Nomeada a partir do protagonista do romance de Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray, que vende sua alma para que seu retrato envelheça no lugar de seu corpo. Ainda não é exatamente uma condição médica aceita, mas esta síndrome consiste em uma preocupação excessiva com os defeitos do próprio corpo e com o envelhecimento.

2 – Síndrome de Rapunzel
Também chamada de tricofagia, é uma doença compulsiva em que a pessoa come o próprio cabelo. Esta síndrome foi assim nomeada a partir da história de Rapunzel, personagem dos contos de fadas dos Irmãos Grimm, que joga suas tranças do alto de uma torre para que o príncipe pudesse subir. A tricofagia consiste na formação de uma bola de cabelo dentro do estômago, até que se forme uma espécie de corda, semelhante às tranças de Rapunzel.
3 -  Síndrome de Alice no País das Maravilhas
Nomeada a partir do livro de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, no qual a personagem Alice bebia a poção “Beba-me” e comia o bolo “Coma-me” para crescer e diminuir, facilitando sua passagem por alguns lugares do País das Maravilhas. Uma pessoa com esta síndrome vê partes de seu corpo ou objetos ao seu redor maiores ou menores do que eles realmente são. Esta percepção distorcida pode envolver outros sentidos, como audição e até a noção da passagem do tempo.
4 – Síndrome de Otelo
Nomeada a partir da obra Otelo, de Shakespeare, que matou sua mulher, Desdemona, por achar, erroneamente, que ela estava sendo infiel. Também chamada de ciúme mórbido ou ciúme ilusório, a síndrome de Otelo faz com que a pessoa acredite cegamente que seu parceiro a esteja traindo, mesmo sem nenhuma evidência de que isso seja verdade.
5 – Síndrome de Pickwick
Nomeada a partir de Joe Pickwick, garoto gordo e narcoléptico, personagem do primeiro romance de Charles Dickens, As aventuras do Sr. Pickwick. Acomete pessoas extremamente obesas, durante o sono. O indivíduo não recebe oxigênio suficiente e acaba com o sangue cheio de dióxido de carbono, causando sonolência diurna, letargia, dores de cabeça, respiração encurtada e depressão.
6 – Síndrome de Rip Van Winkle
Nomeada a partir do protagonista do conto de Washington Irving, de título homônimo, que dormiu por 20 anos após ingerir uma bebida alcoólica dada por um velho que conheceu na floresta. Também chamada de Síndrome de Kleine-Levin, quem sofre desta condição cai num sono que pode durar dias, semanas e até meses. Alguns cientistas acreditam que o problema pode estar no hipotálamo ou que possa ser uma condição relacionada à genética.
7 – Síndrome de Münchausen
Nomeada a partir de Carl Friedrich von Münchhausen, um oficial da cavalaria alemã, cujas aventuras foram transcritas em 1785, por Rudolf Erich Raspe, para o livro As surpreendentes aventuras do Barão Münchausen. O verdadeiro Münchhausen não gostou muito do livro, que o fez ficar com fama de “Barão das Mentiras”. Seu desgosto foi tanto, aliás, que tentou processar o autor, mas perdeu a causa porque o nome do personagem no livro continha apenas um “h”, diferente do seu. Pessoas com síndrome de Münchausen tentam convencer as pessoas ao redor que estão doentes ou incapacitadas, com a intenção de receberem atenção. Para dar credibilidade, elas chegam a se cortar, queimar, injetar substâncias nocivas e forjar exames médicos. Ao contrário dos hipocondríacos, que realmente acreditam que estão doentes, pessoas com esta síndrome sabem que estão perfeitamente saudáveis, mas simplesmente não conseguem controlar seu comportamento compulsivo.
8 – Síndrome de Peter Pan
Em 1911, J.M. Barrie trouxe a Terra do Nunca, lar encantado de Capitão Gancho, de Sininho, dos Garotos Perdidos e, claro, de Peter Pan, o menino que não queria crescer. A síndrome de Peter Pan descreve adultos que nunca conseguiram dar adeus à infância. Considerada uma psicopatologia, a condição ainda não foi incluída na lista de distúrbios da Organização Mundial da Saúde.
9 – Síndrome de Huckleberry Finn
Huck não teve uma infância feliz. O garoto, personagem de As aventuras de Huckleberry Finn, livro escrito por Mark Twain em 1884, nunca conheceu sua mãe e era constantemente abandonado por seu pai. Em vez de ir à escola, Huck cabulava aula e fugia de qualquer obrigação. E, segundo estudos, este tipo de comportamento na infância pode ter impactos ao longo da vida. Vem daí o nome da Síndrome de Huckleberry Finn, que faz uma ligação entre a infância problemática e atitudes erráticas na vida adulta – como a instabilidade profissional, por exemplo.
Fonte: Literatortura

VENCEDORA DO NOBEL DE LITERATURA


A escritora canadense Alice Munro foi anunciada nesta quinta-feira, 10 de outubro, como a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura por seus contos centrados nas fraquezas da condição humana. Alice Munro, que estava na lista de favoritos, é a primeira pessoa de nacionalidade canadense e a 13ª mulher a receber o Prêmio Nobel de Literatura desde 1901.
O júri considerou Munro uma “mestra da narrativa breve contemporânea” e elogiou “sua sutil narrativa, que se caracteriza pela clareza e o realismo psicológico”. Alguns críticos chamam Alice Munro de ‘Chekhov canadense’, em referência ao escritor russo Anton Chekhov.
Esta é primeira vez, em 112 anos, que a academia sueca premia um autor que escreve apenas contos. A escritora canadense receberá oito milhões de coroas suecas (1,24 milhão de dólares ou 915 mil euros). Agora, a idade é o principal obstáculo para Munro. Ela afirmou que não pensa mais em escrever. “Já estou bastante velha”, disse.
A cerimônia de entrega acontecerá em Estocolmo, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador do prêmio, Alfred Nobel. Em 2012, o Nobel de Literatura foi vencido pelo romancista chinês Mo Yan.
                                                      Fugitiva
                                                      (Editora Companhia das Letras)
Os oito contos reunidos em Fugitiva apresentam mulheres às voltas com seu passado. Alice Munro consegue captar, seja nos momentos decisivos de uma vida, seja nos episódios cotidianos, as tragédias mais profundas que movem suas personagens. A partir de escolhas erradas, descobertas súbitas e armadilhas da sorte, essas mulheres encaram suas mentiras – as que lhes foram contadas, as que elas contaram aos outros e aquelas com que buscaram enganar a si mesmas. Das vastas e desoladas paisagens canadenses, surge uma literatura forte, pungente. Talvez pela adversidade do meio, as relações pessoais ganham mais força e as trivialidades, contornos mais trágicos. Munro procura descrever toda a pluralidade do amor, desde o que leva uma jovem mulher ao encontro de um homem que só viu uma vez, até o que faz uma mãe buscar a filha que havia dado para adoção, passando pela paixão mais arrebatadora e, paradoxalmente, mais carregada de lucidez. Não se trata, porém, de um desfilar histérico de mulheres desesperadas; a humanidade profunda e esperançosa das personagens de Munro faz com que, desvendando a elas, compreendamos a nós mesmos.
                                                       Felicidade demais
                                                       (Editora Companhia das Letras)
‘Felicidade demais’ reúne dez contos de Alice Munro, protagonizados por personagens femininas que vivem situações de grande sedução e violência. São mulheres de idades e ocupações diversas, mas todas elas, a certa altura da vida, deparam com acontecimentos que mudam o rumo de suas vidas. O conto que dá título ao livro é um relato de ficção inspirado em uma personagem real – a russa Sophia Kovalevsky, que viveu na segunda metade do século XIX e destacou-se pelo pioneirismo na matemática. A narrativa se concentra nos dias que antecedem a morte de Sophia, com flashbacks para contar seus envolvimentos amorosos e sua relação com a família da irmã, casada com um revolucionário da Comuna de Paris. Nos contos da autora, camadas narrativas se sobrepõem, o passado e a memória atuam no presente e conduzem a situações limite.