Biblioteca Pública Municipal
"Prof. Fausto Ribeiro de Barros"

Biblioteca Pública Municipal
" Prof. Jayme Monteiro"


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

LITERATURA EM FOCO

Ontem teve fim mais um projeto “Literatura em Foco”, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação e da Biblioteca Pública Municipal "Prof. Jayme Monteiro". O objetivo do projeto foi expor obras literárias aos estudantes interessados em prestar vestibular nas principais Universidades do país. Vários títulos foram apresentados por professores convidados pela Biblioteca.

Foram três meses e meio repletos de aprendizado e cultura. Centenas de alunos prestigiaram as análises dos livros “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Machado de Assis), “Capitães da Areia” (Jorge Amado), “Sentimento do Mundo” (Carlos Drummond de Andrade), “Dom Casmurro” (Machado de Assis), “Eu e outras poesias” (Augusto dos Anjos), “Vidas Secas” (Graciliano Ramos), “Dois Irmãos” (Milton Hatoum) e “O Planalto e a Estepe” (Pepetela), pelos convidados Juliana Vieira Costa, Zilda Pereira, Vanessa Zordan, Gilberto Barbosa dos Santos, Carol Freitas, Roberto Bíscaro, Rafael Freitas e João Luís dos Santos, respectivamente.


Agradecemos imensamente a colaboração de todos os professores e dos alunos que contribuíram para o sucesso deste projeto. Desejamos boa sorte e sucesso a todos. Ano que vem tem mais!

Viagem Literária - Encontro com o escritor Edmar Monteiro Filho

Bom dia!
Hoje, às 19h30 a Biblioteca Municipal “Prof. Jayme Monteiro” recebe o escritor Edmar Monteiro Filho para um bate-papo com estudantes e pessoas interessadas no melhor da literatura brasileira.


Antes do encontro conheça um pouco do autor e de seu primeiro romance Fita Azul finalista do Prêmio São Paulo de Literatura(2012).

SOBRE O AUTOR:

Edmar Monteiro Filho escreve e publica desde 1980. Conquistou prêmios literários, como Guimarães Rosa, da Rádio França Internacional; Cruz e Souza; Cidade de Belo Horizonte; e Luiz Vilela. Publicou oito livros, entre prosa e poesia. Seu romance Fita Azulfoi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2012, na categoria Livro do Ano. Atualmente é doutorando em Teoria e História Literária, pela Unicamp.           



Terminei a leitura do Fita Azul, primeiro romance do premiado contista Edmar Monteiro Filho. A impressão final é de que usufruí de uma sofisticada experiência literária, construída com requintes de joalheiro. Cada plano, cada clivagem, cada faceta é finamente planejada, polida, lapidada, e o resultado é um objeto de beleza indiscutível.
Não há exatamente capítulos, mas blocos narrativos marcados por uma indicação cronológica bem sacada. “Tenho nove anos de idade”, diz a personagem, no primeiro capítulo. “Tenho cento e trinta anos”, diz no final. Uma mulher seca, áspera consigo e com os outros, muitas vezes má, tantas vezes vítima, que se refugia na literatura para driblar a família desintegrada, o casamento frustrado, a paixão não correspondida. Escrevendo em primeira pessoa,  Edmar transmite credibilidade e mostra pleno domínio narrativo.
A anti-heroína não deve comover o grande público, que prefere emoções mais baratas e epidérmicas. No fundo, todos preferem torcer pelo bem contra o mal, e personagens mais complexos exigem reflexão. Fita Azul é para poucos, para quem gosta de alta literatura. Introspectivo, com contornos meio indefinidos, como uma figura na neblina.
Li Brooklin, de Colm Tóibin, antes do Carnaval, e coincidentemente também é a história de uma mulher que não consegue tomar as rédeas de seu destino, porém jovem, por um curto período de dois ou três anos. Não tenho dúvida em dizer que o Fita Azul é muito melhor, vai durar muito mais na memória.
Minha sogra, mulher culta, instruída e grande leitora, gostou muito do livro. A opinião de uma senhora de 80 anos vale muito mais que a minha, ao comentar a vida de uma mulher de 130!
Fonte : Blog: Fósforo: literatura, música e uma pitada do resto de tudo.




                                                                                                                              
                                                                                      

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Exposição Grafismo Urbano

SESI BIRIGUI APRESENTA A EXPOSIÇÃO GRAFISMO URBANO EM PENÁPOLIS
SESI BIRIGUI APRESENTA A EXPOSIÇÃO GRAFISMO URBANO EM PENÁPOLIS

Fotógrafo Tom Leal faz leitura abstrata de registros na capital paulista. A entrada é gratuita e as imagens ficarão expostas de 25 a 29 de novembro.

       A partir do dia 25 de novembro o SESI Birigui abre a exposição Grafismo Urbano: a abstração das formas sob o olhar fotográfico, de Tom Leal na biblioteca municipal de Penápolis. A mostra apresenta uma leitura abstrata das formas simétricas encontradas na cidade paulistana e que remetem a objetos do cotidiano. As 16 fotografias ficarão expostas à visitação gratuita até o dia 29 de novembro.
       As imagens transparecem a análise do fotógrafo sobre os elementos da cidade e a desconstrução de forma estabelecida para compor imagens abstratas que assumem valores e significados diferentes.  “A inspiração para o desenvolvimento deste projeto foi a imagem da fachada de um hotel, localizado no complexo do Anhembi, em São Paulo. A arquitetura deste edifício me fez relacioná-lo à figura do cartão de apostas da loteria da década de 1980, uma cartolina perfurada que tinha as mesmas formas e repetições geométricas encontradas na fachada do hotel”, revela Leal.

SERVIÇO
Exposição fotográfica Grafismo Urbano
Local: Biblioteca Municipal de Penápolis Prof. Fausto Ribeiro de Barros – Rua Irmãos Chrisóstomo de Oliveira, 333, Centro
Datas e horários: 25 a 29 de novembro – horário de funcionamento de segunda a sexta, das 8h às 17h
Informações: (18) 3652-5691
Entrada franca


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Projeto Literatura em Foco

Na próxima terça-feira ( 26/11) ás 19:30, o Prof. Joaoluis Santos analisará a obra: O Planalto e a Estepe - PEPETELA. (vestibular UEL – 2ª fase) .

Sobre o autor: PEPETELA

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela, (Benguela,29 de Outubro de 1941) é um escritor angolano.

A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com MPLA(Movimento Popular de Libertação de Angola) para libertação da sua terra natal. O seu romance,Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yakasegue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem: Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Árvore de Natal - "Biblioteca Prof. Fausto Ribeiro"

Nossa Arvore de Natal está pronta e esse ano trouxe mensagens especiais para você.

"O Natal da Esperança:

Na festa e com o espírito natalino formam-se nuvens de esperança num céu de bondade, Em cada coração há um enorme desejo de felicidade e alegria!
Lares se iluminam numa magia sem qualquer maldade, Iniludível, apenas o amor engrandece este lindo e peculiar dia... Zelando totalmente pela nossa total paz e harmonia!
No íntimo de cada um de nós está o sentimento mais puro, Aquele que norteia o significado verdadeiro da comemoração, Todos sabem que Jesus é o nosso salvador e o porto seguro onde depositamos nossas esperanças, aquarela de todas as emoções num só bondoso coração, liberando em todos nós as bênçãos da confraternização!"


Abraço fraternal

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

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Motivo


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


CECÍLIA MEIRELES

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

EDMAR MONTEIRO FILHO - Viagem literária 2013

Cronograma

Viagem Literária de 2013
O último módulo ( Adulto ), acontecerá no dia 28 de novembro, às 19h30 na Biblioteca Pública Municipal “Prof. Jayme Monteiro" - Av. Ivanoé de Cunto, 326 - Vila Formosa, 3653-4400. Autor convidado: Edmar Monteiro Filho Finalista 2012 do Prêmio São Paulo de Literatura. Formado em Ciências Biomédicas, o paulista Edmar Monteiro Filho começou a publicar seus textos em jornais de Amparo, no interior de São Paulo, em 1981, ano em que ganhou seu primeiro Prêmio literário com o conto Maré vermelha, na cidade de Araguari, Minas Gerais.
Mas foram de poesia os primeiros livros que publicou: Este lado para cima(1993) e Halma húmida(1997), ambos em edição do autor. Em 1997, venceu o Prêmio Guimarães Rosa, concurso promovido pela Rádio França Internacional, com o conto Primeiro de janeiro é o dia dos mortos, e o Prêmio Cruz e Souza de Literatura, na categoria contos, com o livro Aquários. Em 2000, publicou o livro de contos Ás vésperas do incêndio, obra vencedora do Prêmio Cidade de Belo Horizonte, edição 1998. É autor ainda de A lápis, livro de poesia, E que fim levou Rick Jones?, livro de contos. Em 2007, formou-se em História e atualmente é mestrando em Teoria e História literária pela Unicamp.

Alguns livros do Autor que estão disponíveis em nossa Biblioteca:
Fita azul (Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, ano 2012)
Ás vésperas do incêndio : contos
Que fim levou Rick Jones?







quarta-feira, 6 de novembro de 2013

HELOÍSA PRIETO - Viagem Literária 2013

Hoje pela manhã recebemos através da programação do “Viagem Literária 2013” a escritora Heloísa Prieto.

Heloísa Prieto nasceu em São Paulo, em 1954. Foi criada ouvindo histórias de sua família. Começou a carreira como professora, contando fábulas a crianças. É doutora em literatura francesa pela USP e mestra em comunicação e semiótica pela PUC-SP.Tem mais de 50 livros infantis e juvenis publicados,dentre eles “A Loira do Banheiro”,“Lenora” e a série “Mano descobre”.Escreveu roteiros famosos como da série “Lá vem História” do programa “Castelo Rá Tim Bum” e do filme “As Melhores coisas do mundo”. Seu trabalho rendeu diversos prêmios “Jabuti” e “União Brasileira de Escritores”. Este ano, viajou para a Feira de Frankfurt (Alemanha) a convite da Editora FTD.



Ao longo de quase 2 horas, Heloísa contou diversas histórias que inspiraram seus livros além de divertidos fatos envolvendo sua família e amigos. Interagiu com o público infanto-juvenil com brincadeiras e presenteando-os com alguns de seus livros. Ao final, a escritora autografou alguns de seus exemplares e tirou fotos.













A Biblioteca Municipal “Jayme Monteiro”, Secretaria de Educação de Penápolis e todo o povo penapolense agradece a vinda e a simpatia de Heloísa Prieto.










terça-feira, 5 de novembro de 2013

Viagem Literária - Novembro 2013


DIA 06 DE NOVEMBRO DE 2013
HORÁRIO : 09H
LOCAL : BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL "PROF. JAYME MONTEIRO"



BATE-PAPO COM AUTORES COMEÇA EM NOVEMBRO


O Viagem Literária, programa que leva escritores e contadores de histórias para bibliotecas do interior integrantes do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), continua circulando pelo interior do Estado. Em novembro, o programa inicia o módulo de bate-papo com os públicos infantojuvenil e adulto.
Os escritores Heloisa Prieto, Alonso Alvarez, Luiz Roberto Guedes, Clóvis Bulcão, Ricardo Ramos, Luiz Puntel, José Robero Torero, Marcelo Carneiro da Cunha, Flavia Muniz, Carla Caruso, Raphael Draccon, Ilan Brenman, Márcio Vassallo e Edson Gabriel Garcia partem no dia 4 de novembro e atenderão o público infantojuvenil das cidades do interior.


HELOISA PRIETO




Heloisa Prieto, paulistana, passou grande parte da infância em Marilia, no interior de São Paulo.
Nesse período, teve oportunidade de ouvir histórias da tradição oral, não apenas as locais, como também as lendas portuguesas, baianas e espanholas, narradas em família. Começou a publicar quando dava aulas na Escola da Vila, em São Paulo. Formada em Letras (USP), mestra em Comunicação e Semiótica (PUC) e doutora em Literatura Francesa, Heloisa escreve, traduz, organiza coleções e ministra oficinas. Atualmente tem 54 livros publicados. Lá vem história (Companhia das Letras) foi originalmente um programa na TV Cultura; a série Mano descobreinspirou o filme As melhores coisas do mundo (Warner), e Mil e um fantasmas, a peça da Cia. do Grito.

     

 
ALGUNS LIVROS DA AUTORA :





segunda-feira, 4 de novembro de 2013

111 ANOS DE CARLOS DRUMMOND

Quinta – Feira  passada, 31 de outubro, comemorou-se o nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade. Nascido em Itabira (MG), em 1902, Drummond publicou sua primeira obra, Alguma poesia, em 1930.
Por insistência familiar para que tivesse um diploma superior, formou-se em Farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925. No mesmo ano, fundou com outros escritores A Revista, publicação que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas.
Em 1934, ingressou no serviço público e transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi, até 1945, chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962.
Desde 1954, colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.Produziu também livros infantis e contos.
Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade na escrita de versos livres e as temáticas cotidianas. O contexto em que Drummond escreve é a Guerra Fria, o neocapitalismo, ditaduras, assuntos que ressoam dura e secamente na produção da última fase de Drummond. No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Desde 2011, véspera do centenário do autor, todo dia 31 de outubro é feita uma homenagem a Drummond por várias cidades. É o chamado Dia D, cujo objetivo é promover e difundir sua obra. A inspiração veio dos irlandeses, que festejam todo dia 16 de junho o Bloomsday em homenagem ao seu mais importante escritor, James Joyce.
Carlos Drummond de Andrade possui várias obras. Como:

Passeios na ilha
(Editora Cosac Naify)
Lançado em 1952
Passeios na ilha combina textos históricos, crônicas, aforismos e crítica literária. A ilha de que fala o livro tem sentido metafórico e não está nem muito longe nem muito perto do litoral. É da Ilha que Drummond observa a vida literária, num tom que combina a compreensão e a ironia somente facultadas pela perspectiva histórica. Assim, o livro pretende abrir um caminho entre as posições da chamada arte participante.


 
Sentimento do mundo
(Editora Companhia das Letras)
Lançado em 1940
Sentimento do mundo procura mostrar o poeta mineiro atento aos acontecimentos políticos de sua época. Esse Drummond visto como humanista lamenta que as pessoas mantenham olhos cerrados para o mundo, a ponto de permitir a violência – a Segunda Guerra Mundial e a ditadura getulista – e de trocar a compaixão pelo egoísmo de quem vive fechado em si mesmo ou em um ‘terraço mediocremente confortável’. Tal responsabilidade coletiva se dá inclusive nos poemas em que o autor aborda temas mais pessoais, como ‘Revelação do subúrbio’, no qual um retorno a Minas Gerais o desperta para a tristeza da noite vista pela janela do carro. A visão de mundo sombria e pouco otimista não o impede de ser lírico nos ‘Menino chorando na noite’ e ‘Noturno à janela do apartamento’. E ainda sobra tempo para Drummond homenagear o amigo Manuel Bandeira, num ‘apelo de um homem humilde’ que funciona ainda como um elogio e uma reflexão sobre o fazer poético.



 
Contos de aprendiz
(Editora Record)
Lançado em 1951
Nas quinze histórias reunidas neste livro, o autor transfere para a prosa de ficção algumas qualidades de sua poesia. Os contos falam de um Brasil provinciano, que começava a se deslumbrar com os confortos da modernidade, além de temas como o memorialismo, o relato da vida acanhada no interior do Brasil do início do século XX, a observação do cotidiano mais miúdo, uma ironia gentil, a observação – despida de qualquer sentimentalismo – da inevitável passagem do tempo. Este livro seria a primeira investida em larga escala do autor numa obra de ficção. Algumas das histórias reunidas neste volume- ‘A salvação da alma’, ‘O sorvete’ e ‘O gerente’.

 
Receita de ano novo
(Editora Record)
Nesta antologia estão reunidos textos de Drummond sobre festas de fim de ano, o espírito natalino e a esperança que todos têm de um próspero ano novo.
 
O avesso das coisas
(Editora Record)
Lançado em 1988

Em O avesso das coisas, Drummond reúne um conjunto de máximas com aparência de mínimas. A reunião de aforismos mostra a engenhosidade e o lirismo de Drummond num gênero tão distante da poesia que o consagrou. Como um ensejo de dicionário, mas apenas com palavras escolhidas, este livro nos apresenta definições diferentes para palavras como amor, literatura, amizade, poesia e vida, entre outras.

HÁ 10 ANOS MORRIA RACHEL

Há 10 anos, em 4 de novembro de 2003, morria a escritora Rachel de Queiroz. Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza (CE), Raquel foi uma autora de destaque na ficção social nordestina, além de ser a primeira mulher a ingressar, em 1977, na Academia Brasileira de Letras.
Em 1993, também foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Camões, o equivalente ao Nobel da língua portuguesa.
Em 1925, estreou na imprensa escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista para o jornal O Ceará, sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano, lançou em forma de folhetim, o primeiro romance,História de um nome.
Aos 20 anos, precisou submeter-se a rígido tratamento de saúde, devido a uma suspeita de tuberculose. Por ter de ficar em repouso absoluto, resolve escrever “um livro sobre a seca”. Foi assim que Rachel ficou nacionalmente conhecida ao publicar O quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria.
Começou a se interessar por política social nos anos de 1928-1929 ao ingressar no que restava do Bloco Operário Camponês de Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro.
Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, destacou‐se no chamado romance nordestino.
Em 1932, é fichada como “agitadora comunista” pela polícia política de Pernambuco. Seu segundo romance, João Miguel, estava pronto quando a autora foi informada de que deveria submetê-lo a um comitê do Partido Comunista antes de publicá-lo. Semanas depois, seu livro não fora aprovado porque nele um operário mata outro. Fingindo concordar, Rachel pegou os originais de volta e rompeu com o partido, pois não via autoridade para censurar sua obra.
Com a decretação do Estado Novo, foi presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista. Exemplares de seus romances foram queimados. Em 1964, apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura, em 1967, cargo que ocupou até 1985.
Estreia na literatura infantojuvenil, em 1969, com O menino mágico. Lançou Dôra, Doralina em 1975 e, depois, Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina. Publicou ainda um volume de memórias em 1998.
Durante 30 anos escreveu crônicas para a revista semanal O Cruzeiro e, com o fim da publicação, para o jornal O Estado de S. Paulo.
Em 1994, ingressou na Academia Cearense de Letras.

Vidas Secas (Graciliano Ramos)

   Análise do livro

    Vidas Secas (Graciliano Ramos) - 
por Roberto Bíscaro e Victor César


1) Contexto: - até a primeira metade do século XX, a literatura era atrelada aos ideais parnasianos;
- o Parnasianismo, escola literária pertencente ao século XIX, tinha a forma em detrimento do tema (exemplo: poemas formalmente perfeitos, versos decassílabos, vocabulário complexo; principais nomes: Olavo Bilac - poesia, Coelho Neto – prosa x Modernismo: combate ao parnasianismo e o seu academicismo);

 - o Modernismo, escola literária do século XIX, que foi um movimento revolucionário que combateu o academicismo (estética e ideologia) parnasiano; precedida pelo Pré-Modernismo, que foi a fase precursora e a que iniciou o combate ao parnasiano (autores importantes: Lima Barreto, Monteiro Lobato e Euclydes da Cunha
); o Modernismo no Brasil dividiu-se em três fases, porém interessa-nos até a segunda, que é a fase correspondente à obra;

* Primeira fase (1922-1930): - também conhecida como fase heroica; - propagação das ideias modernistas; - combate estético e ideológico ao parnasianismo (formas tradicionais/ academicismo) / inovação formal; - principais nomes: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado; Ao concretizar-se o processo de quebra com o parnasianismo, inicia-se então a inovação temática criticista dando inicio a Segunda Fase;

* Segunda Fase (1930-1945): - também conhecida como fase regionalista; - europeização do Brasil (exemplo: 1905 – reconstrução do Rio de Janeiro em moldes de Paris); - o desenvolvimento econômico e europeização ocorriam apenas entre a alta burguesia e a classe média urbana; - Brasil, em 1930, tinha como contexto socioeconômico: Quebra da Bolsa de Valores de 1929; Revolução Populista (Getúlio Vargas); dicotomia econômica e social; - Governo Getúlio Vargas (Estado Novo ou Ditadura de Vargas), tinha como base o nacionalismo exaltado; logo, europeização se dá paralelamente ao culto à identidade nacional; crescente desenvolvimento da economia (porém essa renda destinou-se apenas à burguesia), devido à Quebra da Bolsa de Valores, de 1929, de Nova Iorque e os investimentos de Vargas na indústria de base;
2) O livro: -a obra retrata a vida de uma família do nordeste, que sofre devido à seca, porém não há um local definido onde se ocorre; - personagens: Fabiano, pai e vaqueiro; Sinha Vitória (percebe-se que a falta de acentuação gráfica em Sinhá remete à inferioridade da posição desta); filho mais velho e filho mais novo em contrapartida de análise da cadelinha Baleia (zoomorfização dos filhos devido à ausência de nome, e a antropomorfização da cachorra, que têm nome e sentimentos na obra / o nome Baleia, remete a um animal que vive em um ambiente com abundância de água, e a cachorra habitava um ambiente com escassez de água); - o título, apresenta antíteses, em dois pontos. Primeiro: a seca traduz ideia de ausência de vigor; o que remete a vidas sem condições mínimas de existência. Segundo: remete a famílias que sobreviviam sem as condições mínimas de existência; - exploração do homem pelo estado (marginalização das pessoas pela sociedade e pelo estado); - os capítulos do livro são independentes, portanto, não há a necessidade de uma leitura linear da obra; - o livro apresenta uma ideia cíclica durante suas narrativas, para representar que esse processo da seca e exploração do homem pelo estado era contínuo e não passageiro; isso tem, por exemplo: o primeiro capítulo (“Mudança”) e o último (“Fuga”), apresentarem o mesmo tema; e o sonho do filho mais novo ser como Fabiano; - o narrador, é onisciente (isso pode ter se dado devido à falta de uma linguagem sofisticada nos personagens, já que no livro, em muitas das vezes comunicam-se por grunhidos); - presença de discurso indireto livre, que é a presença do pensamento do personagem dentro do discurso do narrador (obs.: não dá para se saber quem é o emissor do pensamento ou discurso, quando este recurso estilístico é empregado); - A cachorra Baleia não é a narradora;

3)Observações:
1 - obra: Os Sertões, de Euclydes da Cunha; apresenta a mesma temática do livro, porém com lugar de ocorrência definido; retrata a revolta de Canudos. Na concepção dos dois autores o sertanejo é um homem forte, por conseguir sobrevir sem as mínimas condições de sobrevivência.
2 - obra: O Quinze, de Rachel de Queirós; retrata a seca de 1914, temporalizada e com lugar de ocorrência definido; assim, os dois livros apresentam a mesma temática.