Bom dia!
Hoje, às 19h30 a Biblioteca Municipal “Prof. Jayme Monteiro”
recebe o escritor Edmar Monteiro Filho para um bate-papo com estudantes e
pessoas interessadas no melhor da literatura brasileira.
Antes do encontro conheça um pouco do autor e de seu primeiro
romance Fita Azul finalista do Prêmio São Paulo de Literatura(2012).
SOBRE O AUTOR:
Edmar Monteiro Filho escreve e publica desde 1980.
Conquistou prêmios literários, como Guimarães Rosa, da Rádio França
Internacional; Cruz e Souza; Cidade de Belo Horizonte; e Luiz Vilela. Publicou
oito livros, entre prosa e poesia. Seu romance Fita Azulfoi finalista do Prêmio São Paulo
de Literatura 2012, na categoria Livro do Ano. Atualmente é doutorando em
Teoria e História Literária, pela Unicamp.
Terminei
a leitura do Fita Azul, primeiro romance do premiado contista Edmar Monteiro
Filho. A impressão final é de que usufruí de uma sofisticada experiência
literária, construída com requintes de joalheiro. Cada plano, cada clivagem,
cada faceta é finamente planejada, polida, lapidada, e o resultado é um objeto
de beleza indiscutível.
Não
há exatamente capítulos, mas blocos narrativos marcados por uma indicação
cronológica bem sacada. “Tenho nove anos de idade”, diz a personagem, no
primeiro capítulo. “Tenho cento e trinta anos”, diz no final. Uma mulher seca,
áspera consigo e com os outros, muitas vezes má, tantas vezes vítima, que se
refugia na literatura para driblar a família desintegrada, o casamento
frustrado, a paixão não correspondida. Escrevendo em primeira pessoa,
Edmar transmite credibilidade e mostra pleno domínio narrativo.
A
anti-heroína não deve comover o grande público, que prefere emoções mais
baratas e epidérmicas. No fundo, todos preferem torcer pelo bem contra o mal, e
personagens mais complexos exigem reflexão. Fita Azul é para poucos, para quem
gosta de alta literatura. Introspectivo, com contornos meio indefinidos, como
uma figura na neblina.
Li
Brooklin, de Colm Tóibin, antes do Carnaval, e coincidentemente também é a
história de uma mulher que não consegue tomar as rédeas de seu destino, porém
jovem, por um curto período de dois ou três anos. Não tenho dúvida em dizer que
o Fita Azul é muito melhor, vai durar muito mais na memória.
Minha
sogra, mulher culta, instruída e grande leitora, gostou muito do livro. A
opinião de uma senhora de 80 anos vale muito mais que a minha, ao comentar a
vida de uma mulher de 130!
Fonte : Blog: Fósforo: literatura, música e uma pitada do
resto de tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário