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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

111 ANOS DE CARLOS DRUMMOND

Quinta – Feira  passada, 31 de outubro, comemorou-se o nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade. Nascido em Itabira (MG), em 1902, Drummond publicou sua primeira obra, Alguma poesia, em 1930.
Por insistência familiar para que tivesse um diploma superior, formou-se em Farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925. No mesmo ano, fundou com outros escritores A Revista, publicação que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas.
Em 1934, ingressou no serviço público e transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi, até 1945, chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962.
Desde 1954, colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.Produziu também livros infantis e contos.
Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade na escrita de versos livres e as temáticas cotidianas. O contexto em que Drummond escreve é a Guerra Fria, o neocapitalismo, ditaduras, assuntos que ressoam dura e secamente na produção da última fase de Drummond. No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Desde 2011, véspera do centenário do autor, todo dia 31 de outubro é feita uma homenagem a Drummond por várias cidades. É o chamado Dia D, cujo objetivo é promover e difundir sua obra. A inspiração veio dos irlandeses, que festejam todo dia 16 de junho o Bloomsday em homenagem ao seu mais importante escritor, James Joyce.
Carlos Drummond de Andrade possui várias obras. Como:

Passeios na ilha
(Editora Cosac Naify)
Lançado em 1952
Passeios na ilha combina textos históricos, crônicas, aforismos e crítica literária. A ilha de que fala o livro tem sentido metafórico e não está nem muito longe nem muito perto do litoral. É da Ilha que Drummond observa a vida literária, num tom que combina a compreensão e a ironia somente facultadas pela perspectiva histórica. Assim, o livro pretende abrir um caminho entre as posições da chamada arte participante.


 
Sentimento do mundo
(Editora Companhia das Letras)
Lançado em 1940
Sentimento do mundo procura mostrar o poeta mineiro atento aos acontecimentos políticos de sua época. Esse Drummond visto como humanista lamenta que as pessoas mantenham olhos cerrados para o mundo, a ponto de permitir a violência – a Segunda Guerra Mundial e a ditadura getulista – e de trocar a compaixão pelo egoísmo de quem vive fechado em si mesmo ou em um ‘terraço mediocremente confortável’. Tal responsabilidade coletiva se dá inclusive nos poemas em que o autor aborda temas mais pessoais, como ‘Revelação do subúrbio’, no qual um retorno a Minas Gerais o desperta para a tristeza da noite vista pela janela do carro. A visão de mundo sombria e pouco otimista não o impede de ser lírico nos ‘Menino chorando na noite’ e ‘Noturno à janela do apartamento’. E ainda sobra tempo para Drummond homenagear o amigo Manuel Bandeira, num ‘apelo de um homem humilde’ que funciona ainda como um elogio e uma reflexão sobre o fazer poético.



 
Contos de aprendiz
(Editora Record)
Lançado em 1951
Nas quinze histórias reunidas neste livro, o autor transfere para a prosa de ficção algumas qualidades de sua poesia. Os contos falam de um Brasil provinciano, que começava a se deslumbrar com os confortos da modernidade, além de temas como o memorialismo, o relato da vida acanhada no interior do Brasil do início do século XX, a observação do cotidiano mais miúdo, uma ironia gentil, a observação – despida de qualquer sentimentalismo – da inevitável passagem do tempo. Este livro seria a primeira investida em larga escala do autor numa obra de ficção. Algumas das histórias reunidas neste volume- ‘A salvação da alma’, ‘O sorvete’ e ‘O gerente’.

 
Receita de ano novo
(Editora Record)
Nesta antologia estão reunidos textos de Drummond sobre festas de fim de ano, o espírito natalino e a esperança que todos têm de um próspero ano novo.
 
O avesso das coisas
(Editora Record)
Lançado em 1988

Em O avesso das coisas, Drummond reúne um conjunto de máximas com aparência de mínimas. A reunião de aforismos mostra a engenhosidade e o lirismo de Drummond num gênero tão distante da poesia que o consagrou. Como um ensejo de dicionário, mas apenas com palavras escolhidas, este livro nos apresenta definições diferentes para palavras como amor, literatura, amizade, poesia e vida, entre outras.

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